Aumento de casos de Covid-19 e Influenza sobrecarrega testes em farmácias

Aumento de casos de Covid-19 e Influenza sobrecarrega testagem em farmácias e zera estoque de Tamiflu
Testagem passou de 80 para 600 ao dia; cerca de 40% dos exames apresentam resultados positivos
Aumento expressivo na procura por testes de Covid-19 e Influenza, tem sobrecarregado farmácias e pontos de testagens da Capital, além da ausência do Tamiflu, medicação que auxilia no tratamento da influenza A e (H3N2).
A proprietária de uma farmácia localizada no bairro Chácara Cachoeira em Campo Grande, Flávia França, conta que se preparou para atender a alta demanda, mas não esperava que o número fosse tão intenso.
"Já estávamos esperando uma nova onda em janeiro, a gente sabia que teria uma demanda maior, mas nem pensava que seria dessa forma. Tínhamos feito uma compra alta de testes e logo que começou o ano, entramos em contato com nossos fornecedores parceiros e fizemos outra compra bem grande", relata.
Para suprir a demanda, Flávia precisou comprar cinco vezes mais testes do que o quantitativo que estocava anteriormente. Além da aquisição em larga escala, foi necessário reestruturar o quadro de colaboradores. "Doa dia para noite, contratei mais oito pessoas para atuar no atendimento domiciliar e no interior da unidade".
Em dezembro, o polo realizava 80 testes por dia. Agora, passam pelo local, mais de 600 pessoas, sendo que 40% dos exames entre coronavírus e influenza, apresentam resultado positivo.
Em outra farmácia, uma gerente que preferiu não se identificar afirmou que a sobrecarga e falta de insumos é geral, e todas as unidades da rede estão enfrentando dificuldades para atender o público. "Estamos tendo dificuldades para realizar a testagem em todas as lojas por falta de testes e ainda, a falta de Tamiflu, além de baixo estoque de máscaras", revela.
Ao Correio do Estado, a mentora do Conselho Regional de Farmácias de Mato Grosso do Sul (CRF-MS), Mariane Marks pontua que nem mesmo os fornecedores estão conseguindo abastecer as farmácias pela falta do insumo.
Segundo ela, os fabricantes já haviam projetado grandes impactos em casos de influenza, com isso aumentaram a manipulação do remédio e agora não possuem matéria-prima suficiente para dar continuidade na prestação do serviço.
"Essa produção foi o que supriu no momento. As farmácias não estão estocando porque está em falta até para o fabricante, e não chega nem no fornecedor. Inclusive, pedimos à população cautela para a automedicação, está sendo divulgado a importância desse tratamento para influenza A e B, mas todo medicamento tem seus benefícios e seus riscos", destaca.